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Abril Azul Claro: um alerta sobre o câncer de esôfago

25/04/2024 às 17:07

Neoplasia acomete 11 mil brasileiros todos os anos. Saber identificar os sintomas é fundamental, já que no início é uma doença silenciosa.

O Brasil registra, a cada ano, 11 mil novos casos de câncer no esôfago, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Esse é o tema da campanha Abril Azul Claro. E é um problema que pode passar despercebido, a princípio, já que os sintomas se parecem com outros desequilíbrios. Um dos sinais de que algo está errado é a dificuldade em engolir alimentos (disfagia). Entre as manifestações iniciais da doença, também estão dor na região central do peito, náuseas, vômitos e falta de apetite.

A oncologista clínica da Cetus Oncologia Patrícia Azevedo informa que a neoplasia responde pela sexta maior incidência em homens e a décima quinta em mulheres, ou seja, é mais recorrente na população masculina. Entre os fatores que podem ser um gatilho para o aparecimento do distúrbio, a médica cita tabagismo (responsável por 25% dos cânceres de esôfago) e ingestão de álcool, entre outros hábitos de vida descontrolados.

Nessa lista, também estão a obesidade, a doença do refluxo e o papilomavírus. “Logo, para se prevenir é necessário buscar melhores hábitos de vida que se opõem a esses fatores de risco”, salienta a oncologista.

Diferente de como acontece com outros tipos de câncer, como de mama ou cólon, para os quais existem exames de rastreamento (mamografia e colonoscopia, nessa ordem), não há como saber se o câncer de esôfago já se manifestou, e por isso mesmo, no começo, é um transtorno que aparece de forma silenciosa. Ao longo do desenvolvimento da doença, aí sim, os sintomas começam a se tornar mais claros.

O diagnóstico se dá através da endoscopia, exame considerado de caráter invasivo. O procedimento procura possíveis lesões no tubo digestivo e, se realmente estiverem presentes, uma biópsia é feita no mesmo momento do exame. “Mas a endoscopia realizada rotineiramente como forma de prevenção não é indicada, visto que os riscos do procedimento se sobrepõem aos benefícios. Não há, portanto, até então, um método de rastreio recomendado”, pondera Patrícia Azevedo.

O tratamento varia conforme cada paciente. Pode incluir endoscopias e cirurgias, ou quimioterapia e radioterapia. “Em estágios iniciais podemos indicar tratamento endoscópico e cirurgia. Conforme o avanço da doença, podem existir algumas combinações de tratamento”, diz a especialista. Se as terapias forem iniciadas precocemente, a chance de cura pode passar de 80%.

Tipos de câncer de esôfago

O câncer de esôfago é dividido em dois tipos: o adenocarcinoma, o qual está mais associado à doença do refluxo e esôfago de Barrett; e o carcinoma de células escamosas, ou epidermóide, mais relacionado ao tabagismo e ao consumo de álcool.

Além disso, em aproximadamente 5% dos casos, há a ocorrência de formas mais raras de tumores do esôfago, chamadas de carcinomas de pequenas células, sarcomas, linfomas e tumores adenoide-císticos.

Um dado relevante é que o carcinoma de células escamosas é o subtipo mais comum entre os dois principais subtipos de câncer de esôfago, e mais de 90% dos casos desses tumores estão localizados no terço superior e médio do órgão. Já o adenocarcinoma, geralmente, acontece mais na porção distal do órgão.

Esse tipo de tumor está muito relacionado com os hábitos de vida. Isso significa que se adotarmos novos comportamentos, como por exemplo, praticando atividades físicas, tendo uma alimentação saudável, evitando o ganho de peso, deixando de fumar ou de consumir álcool em excesso, é possível reduzir a incidência do câncer de esôfago.

Sintomas dos tumores de esôfago

Como citamos acima, os tumores do esôfago não costumam apresentar sintomas em suas fases iniciais. Por isso, ao detectar quaisquer sintomas, é importante procurar um médico.

Mesmo que na maioria dos casos os sinais sejam relacionados a outras condições, o câncer não espera, o que torna o diagnóstico precoce fundamental. Os principais sinais de alerta são:

  • indigestão e azia;
  • soluços persistentes;
  • dificuldade ou dor ao engolir;
  • anemia;
  • dor, pressão ou queimação na garganta ou no peito;
  • fezes escuras;
  • perda de peso e de apetite;
  • vômitos;
  • rouquidão;
  • tosse crônica.

Vale citar que, normalmente, o principal sintoma para o câncer de esôfago é a dificuldade para engolir. Na fase inicial, isso ocorre com alimentos sólidos, passando para os pastosos e, finalmente, para os líquidos. Por esse motivo, a maioria dos pacientes emagrece e apresenta anemia e desidratação.

Com o equipamento é possível examinar toda a parede do esôfago e colher pequenos fragmentos, uma biópsia, para a avaliação do tecido pelo patologista. Caso o diagnóstico de câncer seja confirmado, se iniciam outros exames de estadiamento, os quais visam verificar se a doença está localizada ou se disseminou para outros órgãos, gerando metástases.

A partir desses dados, os especialistas como oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos e radio-oncologistas determinam os protocolos de tratamento a serem realizados por cada paciente. Esses envolvem cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Como você pôde observar, o câncer de esôfago pode ser prevenido a partir de comportamentos e ações. Além de parar de fumar e reduzir ao máximo o consumo de álcool, é indicado ter uma dieta rica em frutas e vegetais e tratar doenças como refluxo e doença de Barrett, fatores de risco para a doença. Aqueles que apresentam uma ou mais dessas condições devem realizar acompanhamento médico periódico para detectar sinais precoces desses tumores.

Fonte: #campanha #saúde #câncer de esôfago #abril azul claro