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Afinal, pode beber tomando amoxicilina ou qualquer outro antibiótico?!

31/12/2024 às 16:47

Muita gente ainda tem dúvidas sobre a interação entre bebidas alcoólicas e medicamentos.

A dúvida sobre o consumo de álcool durante o uso de antibióticos é uma das mais comuns entre pacientes que estão em tratamento. Muitos se perguntam se podem desfrutar de uma bebida alcoólica enquanto fazem uso de medicamentos como a amoxicilina, amplamente prescrita para infecções bacterianas.

No entanto, a resposta para essa questão não é simples e depende de vários fatores, como o tipo de antibiótico em questão e o estado de saúde do paciente. Vamos esclarecer as interações entre álcool e antibióticos, ajudando a entender os riscos e as precauções a serem tomadas durante o tratamento.

Os antibióticos e suas interações com o álcool

Os antibióticos são medicamentos essenciais que combatem infecções bacterianas, mas, ao serem combinados com álcool, podem causar efeitos indesejados ou até comprometer a eficácia do tratamento.

Segundo o médico João Sório em seu canal no YouTube, interação entre álcool e antibióticos varia bastante conforme o medicamento utilizado. Para compreender melhor os riscos, é possível classificar os antibióticos em três grupos principais com relação ao consumo de bebidas alcoólicas.

Grupo 1: antibióticos com efeito antabuse

O primeiro grupo inclui antibióticos como Metronidazol, Tinidazol, Sulfametoxazol e Trimetoprim, também conhecido como Bactrim, além de alguns medicamentos antifúngicos, como a Griseofulvina. Segundo o médico, quando o álcool é consumido junto a esses antibióticos, ocorre o chamado efeito antabuse, ou efeito disulfiram. Esse efeito provoca reações muito desconfortáveis, que incluem:

Dores de cabeça intensas

Dores abdominais e cólicas

Náuseas e vômitos severos

Aumento da frequência cardíaca (taquicardia)

Rubor facial (vermelhidão da pele)

Queda da pressão arterial (hipotensão)

Por conta desses efeitos desagradáveis e, em alguns casos, até perigosos, o consumo de álcool é totalmente contraindicado durante o tratamento com antibióticos dessa classe.

Grupo 2: antibióticos com risco de toxicidade hepática

No segundo grupo estão antibióticos como Doxiciclina, Eritromicina, Nitrofurantoína, Isoniazida e Rifampicina, além de alguns antiparasitários como o Albendazol e medicamentos antifúngicos como o Cetoconazol. Esses medicamentos são metabolizados pelo fígado, assim como o álcool, e a ingestão de bebidas alcoólicas durante o tratamento pode sobrecarregar o fígado.

Essa sobrecarga hepática pode resultar em complicações graves, como danos ao fígado e alteração nos processos de metabolização, afetando a eficácia do antibiótico e aumentando o risco de efeitos colaterais. Portanto, o consumo de álcool durante o uso desses antibióticos deve ser evitado.

Grupo 3: antibióticos sem efeito direto com o álcool

O terceiro grupo inclui antibióticos como Amoxicilina, Ciprofloxacino e Azitromicina, que, ao contrário dos medicamentos mencionados nos dois primeiros grupos, não apresentam interações diretas com o álcool. Isso significa que, em teoria, o consumo de álcool enquanto usa esses antibióticos não provocaria uma reação imediata e específica, como o efeito antabuse.

No entanto, o médico destaca que, mesmo que esses antibióticos não interajam diretamente com o álcool, é importante ter em mente que o corpo está em um processo de recuperação. Assim, o álcool pode prejudicar a eficácia do antibiótico e enfraquecer o sistema imunológico, dificultando a recuperação e aumentando o risco de complicações. Por isso, mesmo que não haja uma contraindicação explícita, o consumo de álcool não é recomendado.

Por que sempre evitar o álcool durante o tratamento?

Além das interações diretas entre antibióticos e álcool, existem várias outras razões pelas quais o consumo de bebidas alcoólicas deve ser evitado durante o tratamento com antibióticos. Essas razões incluem:

Comprometimento do sistema imunológico: o álcool pode enfraquecer o sistema imunológico, dificultando a capacidade do corpo de combater infecções e prolongando o tempo de recuperação

Aumento dos efeitos colaterais: o álcool pode potencializar os efeitos colaterais comuns dos antibióticos, como náuseas, tonturas e desconforto gastrointestinal, tornando o tratamento ainda mais desconfortável

Redução da eficácia do tratamento: o consumo de álcool pode interferir na metabolização dos antibióticos, tornando-os menos eficazes e aumentando o risco de resistência bacteriana. Isso significa que, em vez de eliminar a infecção, o antibiótico pode falhar em seu propósito, levando a complicações e até a necessidade de um novo tratamento

Danos ao dígado: em casos de antibióticos metabolizados pelo fígado, como a doxiciclina e a rifampicina, o álcool pode sobrecarregar esse órgão vital, aumentando o risco de hepatite ou falência hepática

Lembrando que a relação entre antibióticos e álcool é complexa e depende de diversos fatores, como o tipo de antibiótico prescrito e o estado de saúde geral do paciente. Por isso, é sempre essencial consultar um médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer decisão sobre o consumo de álcool durante o tratamento.

Para garantir uma recuperação rápida e eficaz, o mais seguro é evitar o álcool enquanto estiver tomando antibióticos, mesmo que o medicamento não tenha uma interação direta com bebidas alcoólicas. Se você está em tratamento com antibióticos, evite o álcool para dar ao seu corpo as melhores condições para se curar e restabelecer a saúde.

Fonte: Tudo Gostoso