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Foto: Reprodução

Assassinato de Cássio Remis completa um ano, e será lembrado com missas pela família

24/09/2021 às 11:35

Dia 24 de setembro, uma data que tristemente ficou marcada na história do município de Patrocínio pelo fato do homicídio neste dia, em 2020, do ex-vereador Cássio Remis dos Santos, registrado no portão de entrada da Secretaria Municipal de Obras Públicas e que teve como autor, segundo narra a justiça na Comarca, o produtor rural Jorge Moreira Marra, na época secretário de obras, irmão do atual prefeito do município que foi reeleito nas eleições daquele ano.

Morto em 24 de setembro, Cássio que era pré-candidato a vereador às eleições daquele ano havia inscrito sua mãe, Francisca Carneiro dos Santos “Chiquita” na ATA da Convenção de seu Partido PSDB, também ao cargo de candidata a vereadora. Chiquita então reuniu forças e seguiu o desejo do filho, sendo eleita com o maior número de votos a um cargo na Câmara Municipal de Patrocínio, foram 2.701 votos obtidos.

A família de Cássio recebe familiares e amigos em uma celebração que acontece na noite desta sexta-feira, dia 24 de setembro, na Igreja de Santa Luzia às 19 horas. Dentre os nomes que já confirmaram presença na missa, segundo a família, está o ex-deputado estadual e hoje conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais – TCMG, Durval Ângelo. Outra missa está marcada para acontecer no Santuário de Nossa Senhora da Abadia, na cidade de Romaria no domingo, dia 26, às 10 horas da manhã.

Entenda o caso:

A ocorrência se iniciou quando Cássio Remis realizava uma live em suas redes sociais na Avenida João Alves do Nascimento nas proximidades do Fórum da Comarca bem como da Prefeitura de Patrocínio. Cássio naquela época era pré-candidato nas eleições de 2020, ao cargo de vereador na Câmara Municipal do Município.

No momento do registro para a disponibilização na web (fim da tarde de 24 de setembro de 2020), Remis denunciava o uso de servidores da Prefeitura para a reforma de um imóvel localizado na referida avenida e que, na alegação do ex-vereador, seria o local do Comitê Eleitoral da campanha do prefeito reeleito. No vídeo, Cássio chegou a dizer que estava sendo ameaçado pelo secretário Jorge Marra que havia acabado de chegar ao local onde ele estava. Veja aqui o vídeo.

Após o encontro entre Jorge Marra e Cássio Remis, na Avenida João Alves do Nascimento, Cássio disse ter tido o seu equipamento de filmagem (celular), levado por Jorge e diante a tentativa em reaver o aparelho, o ex-vereador tentou parar a saída de Jorge do local em sua caminhonete, estando à frente do veículo, o que por si não segurou o secretário que se deslocou para a sede da Secretaria. Não satisfeito por ter tido o celular subtraído, Remis deslocou até a Secretaria. No local adentrou e foi recebido por Jorge Marra. Não havendo a interrupção direta pelas pessoas que no local estavam, Jorge Moreira Marra, de posse de um revólver, atirou contra Cássio, que tentou correr, mas foi alvo de vários disparos mesmo em fuga e foi morto no portão de entrada da Secretaria de Obras do Município. Veja aqui o vídeo.

Após o crime, Jorge Marra fugiu e só se entregou em 27 de setembro de 2020 na Delegacia Regional de Polícia Civil de Patrocínio, de onde foi levado para uma penitenciária em Patos de Minas e em 16 de outubro daquele ano foi transferido para a Penitenciária Regional Expedito de Faria Tavares aqui em Patrocínio.

Ainda em outubro, o inquérito culminou com o indiciado por homicídio, porte ilegal de arma de fogo e pelo roubo do celular da vítima. Em 2021, a Justiça da Vara Criminal de Patrocínio deliberou que Jorge Moreira Marra seria levado a júri popular.

Em entrevista à Difusora 95 FM, advogados da família de Cássio, disseram que existia a possibilidade de que o júri popular acontecesse no primeiro semestre de 2021, o que não aconteceu.

A reportagem do Grupo Difusora de Comunicação, em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG, obteve a informação de que o réu foi pronunciado (determinou-se que ele vá a júri popular) e que estava previsto para o mês de abril deste ano, mas recorreu contra essa decisão. Por isso, enquanto o recurso não for julgado, o júri não pode ser marcado.

No TJMG, a reportagem obteve ainda a informação de que o recurso em sentido estrito de Jorge Marra ainda não foi apreciado pela 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (sediada na capital, onde este julgamento deve ocorrer). A assessoria do TJMG disse ainda que no momento, os autos estão com o Ministério Público em 2ª Instância para parecer.

Jorge Marra segue na Penitenciária Deputado Expedito de Faria Tavares, em Patrocínio.

Redação Difusora 95