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Biomédica patrocinense, que reside em Boston, conta sobre vida no país epicentro do coronavírus
29/04/2020 às 19:23
A biomédica patrocinense, Marcela Silva de Oliveira, que a quase quatro anos reside nos Estados Unidos, mais precisamente na cidade de Boston, conversou nesta semana com a reportagem da Difusora 95.
Marcela é filha dos diretores do Clube Atlético Patrocinense, Tarcísio (Tarcisinho da Auto Peças Cruzeiro) e Norma.
Marcela é graduada em Biomedicina, com doutorado pela USP – Ribeirão Preto. Fez pós-doutorado em Patologia cardíaca no Boston Childrens Hospital, na cidade de Boston, no estado de Massachussets-EUA.
Tão logo terminou seu pós-doutorado, Marcela recebeu convite para voltar ao país norte-americano. Desta vez, para trabalhar no laboratório de pesquisa em cardiologia do mesmo hospital que pertence a Universidade de Harvard.
Em participação no programa Parada dos Esportes, a patrocinense aproveitou para homenagear a mãe, que fez aniversário no último dia 28, e contou também como é morar num país que se tornou o epicentro da pandemia da Covid-19 no mundo.
“Um grande abraços a todos os ouvintes da Rádio Difusora 95, e todos de Patrocínio, minha terra natal. É um prazer participar com vocês e passar algumas informações para todos os patrocinenses. Hoje moro no estado de Massachussetts, que é o terceiro estado norte-americano mais afetado. Moro mais precisamente na cidade de Boston.”
Marcela disse que os Estados Unidos estão passando neste momento pelo pico da curva, com um crescimento ainda grande do número de casos e mortes pelo novo coronavírus.
“O país já passa de um milhão de infectados, mas a maioria das mortes está na cidade de Nova Iorque, entretanto, praticamente todos os estados do país já registraram casos. Apesar desse número crescente de casos, o sistema de saúde não entrou em colapso, como tinha sido previsto. Até o momento, o sistema ainda tem uma capacidade de atender os pacientes, o número de testes tem aumentado muito, as formas de testar e receber esses pacientes também. Algumas clínicas instalam tendas com estacionamentos, onde os pacientes não precisam sequer descer dos carros para realizar os testes”.
Ainda de acordo com Marcela, cerca de 64 mil brasileiros residem em Boston, e no estado todo mais de 350 mil. Grande parte dessa população está irregular, o que torna a situação um pouco mais difícil, pois não terão ajuda do governo ou suporte financeiro. Em decorrência do fechamento do comércio, muitos perderam o emprego.
“Eu estou trabalhando no home-office há quase um mês e meio, e não temos uma previsão, uma data exata para voltar ao normal. Pode ser no final de maio, mas tudo vai depender da evolução do combate à pandemia”.
Sobre o fato de ser filha de diretores do CAP, Marcela disse que sua maior lembrança do clube é de quando ainda era criança, quando entrava no campo junto com os jogadores, vestindo a camisa do clube.
“Sou apaixonada pelo CAP, lembro-me dos jogos, de estar no meio da torcida, era uma emoção indescritível. Tenho muito saudade dessa fase muito feliz da minha vida, e tenho muito orgulho dos meus pais, pelo tanto que eles se dedicam ao clube”.
Marcela reside em Boston com sua família, o esposo Anderson Vargas e os filhos Artur, de 20 anos, e Helena, de 03.
Matéria: Luiz Oliveira/Difusora 95