Notícias

Foto reprodução
Brinco causa coceira? Saiba por que algumas pessoas têm alergia à bijuteria
12/08/2023 às 11:27
Resumo da notícia
- A reação na maioria das vezes ocorre devido ao contato da pele com o níquel, metal comumente presente em bijuterias
- O organismo entende que o metal é um agente perigoso e ativa o sistema imune para atacá-lo, causando reações na pele em forma de lesões avermelhadas
- A principal solução é evitar o contato com o componente que a pessoa tem a reação
Pode ser brinco, colar, anel… É só usar qualquer tipo de bijuteria que, após algumas horas, a pele começa a ficar irritada, vermelha e coçando. Se você não passou por isso, com certeza conhece alguém que já sofreu com o problema. Chamada de dermatite de contato, esse tipo de alergia é uma doença de pele comum e, embora possa ser evitada, pouco se sabe por que algumas pessoas têm e outras não.
“Não há fatores preditivos, como herança genética, associados à reação. Ela é imprevisível. A única coisa que podemos dizer é que a pessoa tem o contato com a bijuteria ao longo da vida sem sofrer o problema e, então, em algum momento, o sistema imune reconhece como estranho esse metal”, diz Alexandra Sayuri Watanabe, diretora da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).
Como a alergia ocorre?…
O corpo, ao entrar em contato com determinado tipo de metal, entende aquele objeto como algo perigoso e ativa o sistema imune contra ele. Geralmente, no caso das bijuterias, o material mais comum relacionado ao aparecimento de alergia é o níquel. Isso porque ele pode se soltar da liga metálica e entrar em contato direto com a pele, causando a irritação…. .
“Esse tipo de alergia demora para manifestar sintomas. A pessoa tem o contato e só depois de algumas horas começa o aparecimento da lesão”, explica Watanabe. Segundo ela, é diferente de quando se tem uma alergia alimentar, em que as lesões pelo corpo (chamadas urticárias) surgem minutos depois que a pessoa come.
Coceira e vermelhidão são sintomas comuns
No caso da dermatite de contato, as lesões são fixas no local em que houve o contato com o produto, avermelhadas, que podem descamar e coçam muito.
A descamação e a aspereza aparecem quando a pessoa coça a lesão. Ao cutucar o local, você também pode aumentar ainda mais as lesões, causando feridas, cascas, sangramento. “O problema está quando aparecem infecções secundárias, causadas pelas bactérias presentes nas unhas ou na pele, que infectem a ferida”, alerta Patricia Ormiga, dermatologista e assessora do Departamento de Cosmiatria da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia)…. .
Solução do problema inclui evitar o uso
A melhor forma de combater o problema é evitar o contato com o componente que a pessoa tem a reação –ou seja, não usar a bijuteria. Mas também podem ser prescritos medicamentos contendo corticoides tópicos. Se você sentir alguma irritação causada pelo uso de bijuterias, vale a pena sempre consultar um dermatologista, para que ele avalie se no local da alergia já não há uma infecção secundária –nesse caso, até antibióticos entram nas formas de tratamento.
Quando for usar algum acessório, prefira os feitos de aço cirúrgico, prata de qualidade e ouro 24k, pois são ligas mais fortes que não se soltam e ficam na pele. Cuidado com as soluções caseiras.
Cuidado com as soluções caseiras
Um método que algumas pessoas usam para evitar a irritação é pincelar base de esmalte na bijuteria. Segundo Watanabe, se a pessoa não apresentar reação ao produto, a tática até funciona, porque o metal não entrará em contato e será liberado na pele. O problema é que a pele pode se sensibilizar com a base também.
Se você fizer questão de usar bijuteria mesmo tendo alergia, o recomendado é aplicar no acessório produtos específicos para alérgicos disponíveis no mercado. Eles são aplicados no brinco, anel ou pulseira e formam uma barreira entre a pele e o metal. “Mas é bom lembrar que o atrito com a pele vai retirando o produto aos poucos, portanto, ele deve ser passado novamente de tempos em tempos”, orienta Watanabe.
Fonte: Saúde Uol.