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CÉREBRO ATIVO E EM FORMA: Como a ginástica cerebral ajuda a manter a mente lúcida até a velhice
13/02/2023 às 09:37
Você já deve ter ouvido falar da importância de praticar exercício físico. Mexer o corpo não apenas reduz o risco de desenvolver grande parte das doenças crônicas conhecidas (problemas cardiovasculares, obesidade, depressão e até câncer, por exemplo), como também garante chegar bem à velhice, com ossos, tendões e músculos capazes de suportar nosso corpo mesmo depois de terem trabalhado duro por décadas.
Mas o que nem todos lembram é que o cérebro também precisa de “malhação” para evitar as chamadas perdas cognitivas —quando funções como atenção, memória e até criatividade são prejudicadas pelo envelhecimento das células nervosas, os neurônios.
Na prática, os exercícios chamados de ‘ginástica cerebral’ reduzem o risco de desenvolver doenças neurológicas, como as demências, o que aumenta a qualidade de vida na velhice”, explica Vitor Tumas, professor do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo).
Até quem sofre desse tipo de doença pode se beneficiar dos treinos cognitivos.
Neuroplasticidade: a capacidade adaptativa do cérebro
Há até bem pouco tempo, acreditava-se que o cérebro tinha uma natureza estática —ou seja, você nascia com um número fixo de neurônios e, ao longo da vida, ia perdendo células nervosas por problemas de saúde, agressões externas ou envelhecimento.
Mas essa ideia está ultrapassada. “Sabemos hoje que ele é mais resiliente diante desses problemas”, afirma Tumas. Isso devido à neuroplasticidade, como é conhecida a capacidade que o cérebro tem de expandir conexões e encontrar novos caminhos para continuar funcionando de forma satisfatória.
Quando começar a exercitar o cérebro?
A infância e juventude são períodos “de ouro” no desenvolvimento cognitivo, pois há uma grande capacidade de gerar conexões duradouras no cérebro. Por isso, quanto mais estímulos forem oferecidos nessas fases, maiores as chances de criar uma boa reserva cognitiva para o futuro.
Mas isso não significa que adultos maduros e idosos não possam melhorar suas reservas. “Obviamente, o aprendizado é mais lento aos 60 do que aos 20.
O ideal é optar por tarefas que não sejam feitas de forma habitual. “Os exercícios devem ter um grau médio de dificuldade, para não gerarem frustração, e precisam ter uma carga de desafio para estimular o cérebro de forma efetiva”, diz a especialista.
Fatores que aumentam o risco de demência
Em 2020, uma comissão de cientistas da revista científica Lancet indicou 12 fatores que aumentam o risco de desenvolver demência. São eles:
Menor nível educacional,Hipertensão,Deficiência auditiva,Tabagismo,Obesidade,Depressão,Diabetes,Baixo contato social,Consumo excessivo de álcool,Lesão cerebral traumática,Poluição do ar,Sedentarismo
Fonte: Viva Bem UOL.