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Foto: Reprodução/FL Brothers

Ex-volante do CAP conta sobre a vida nos EUA em tempos de coronavírus

23/04/2020 às 12:39

Nascido em São Paulo, capital, o volante Bruno Moreno está completando nesta quinta-feira (23), 33 anos.

Com duas passagens pelo Clube Atlético Patrocinense, em 2016, quando o time subiu da segunda para a terceira divisão, e 2019, quando o CAP disputou pela primeira vez o Brasileiro da Série D, o jogador revelado pelo São Paulo, anunciava ao final do Mineiro do ano passado a sua aposentadoria do futebol profissional.

Atualmente morando no estado da Flórida, nos Estados Unidos, mais precisamente no Balneário de Fort Lauderdale, Bruno conversou com a reportagem da Difusora 95. Em uma entrevista ao repórter Luiz Oliveira, contou como está o enfrentamento à Covid-19 no país mais afetado pela pandemia.

Foto: Alair Constantino/Dono do Apito

Luiz Oliveira (L.O.): O que você conta de novidade para nós e para a torcida do CAP? Como está sendo o enfrentamento da pandemia nos Estados Unidos, país mais afetado pela pandemia no momento?

Bruno Moreno (B.M.): Grande abraço para todos, prazer enorme estar falando com vocês, com todos da rádio Difusora 95. Saudade de todos aí de Patrocínio, da torcida, da família patrocinense, da família que nós formamos aí durante minhas passagens. São tempos difíceis, aqui muitas pessoas estão morrendo, mas aqui no nosso condado de Broward, que pega Fort Lauderdale, Oakland Park e outras regiões aqui perto, temos 1200 casos confirmados, com mais de 200 mortes, muito triste. Vamos torcer para que tudo isto passe o mais rápido para a gente voltar ao normal.

L.O.: Como é que está aí, quanto ao isolamento social, tudo fechado? Comércio com restrições, tem muitos brasileiros que residem aí, como tem sido os últimos dias?

B.M.: Aqui está tudo fechado, restaurantes só [no sistema de] pegar e levar para casa. O que está aberto são: farmácias, mercados, clínicas veterinárias e, logicamente, hospitais. Mercados só se pode entrar com uso de máscaras, mesmo assim eles regulam a entrada e orientam filas para que não haja aglomeração, então está bem restrito mesmo. As pessoas podem fazer atividades físicas na rua, desde que não gere aglomerações de mais de dez pessoas. Onde eu moro, que é perto da praia, tem muita gente fazendo atividade na beira da praia, mas a praia mesmo está fechada, não se pode entrar na areia, tampouco no mar. Mas a gente vê muitas pessoas da zona de risco, fazendo caminhada, exercícios físicos, até mais do que as pessoas mais jovens. Os idosos aqui estão saindo bastante para as ruas. Mas há muito respeito às leis e às determinações das autoridades. Aqui o povo respeita muito isso, mas caminhadas e exercícios físicos são os que mais se vê.

L.O.: Você ainda tem contato com aquele grupo de atletas que esteve com você nas duas passagens pelo CAP? Você tem mantido contato com a diretoria do CAP?

B.M.: Mantenho sim. Pelo zap eu ainda converso com muitos jogadores que estiveram comigo aí. Procuro saber como eles estão nesse momento de crise, falei com o Diogo algumas vezes, falo com o Estéfano, a gente sempre está em contato.

L.O.: Sobre o futebol, você encerrou mesmo a carreira ou de vez em quando bate aquela vontade de voltar, você tem jogado futebol por aí? Pensa em voltar ao Brasil, tem vindo ao nosso país? Como andam as coisas por esse lado?

B.M: Sobre o futebol, hoje eu sou sócio de um time aqui na Flórida, que chama Flórida Brothers, nós somos quatro sócios. Ainda não é um time profissional, mas nós jogamos uma liga que é sub-profissional, que se chama Uper-Ceu, e estamos com esse sonho. Na verdade eu sou sócio do time e jogo também, mas ainda não nos tornamos profissional, o sonho é esse, subir para a MSL (Major League Soccer).

L.O.: Quem está aí com você, além de sua esposa Juliana? Vocês têm filhos?

B.M.: Nós ainda não temos filhos, só trouxe o meu cachorro pra cá [risos], ele está com a gente aqui.

L.O.: Onde você está fica perto de Miami, vocês vão muito lá? Quero te agradecer pela entrevista, pela oportunidade de levar um pouco mais da sua história aos nossos ouvintes e torcedores do CAP. Um abraço a você e a toda a sua família, e que, em breve, possamos estar falando de boas notícias. Que Deus abençoe você e toda a sua família. O CAP aqui fez mais uma vez um grande campeonato. Para finalizar, um feliz aniversário, já que está ficando mais experiente hoje. Abraços.

B.M.: Obrigado, Luiz! Eu que agradeço, estamos pertinho de Miami sim, mas preferimos ficar por aqui mesmo, pois onde estou tem quase a mesma estrutura de Miami, um pouco menor, lógico, mas temos lindas praias, tem tudo que Miami tem. Foi um prazer falar com vocês. Acompanho o CAP mesmo de longe, porque foi um clube que aprendi a respeitar, como o ex-presidente Maurício e agora o Marcão, que enfatizavam que esse clube é uma família. Me sinto muito honrado de ter feito parte da história do CAP. Um abraço a todos, a essa torcida maravilhosa, a todos vocês da rádio Difusora, meu grande abraço, e que, se Deus quiser, a gente possa se falar em breve. Fiquem todos com Deus e um grande abraço.

Flórida Brothers

O Flórida Brothers, time amador que Moreno se tornou sócio nos Estados Unidos, pode ser encontrado no site através do endereço: www.flbrothers.com, e no Instragram: https://www.instagram.com/flbrothers_/

O Estado da Flórida, segundo dados do Itamarati, concentra 23% da população brasileira que reside nos Estados Unidos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de mortes no país norte-americano pelo novo coronavírus já ultrapassa a marca negativa de 47 mil pessoas, além de mais de 800 mil casos de infectados.

Matéria: Luiz Oliveira/Difusora 95