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Exposição excessiva às telas afeta qualidade do sono, explica oftalmologista
22/07/2021 às 15:39
Com a pandemia da COVID-19, aumentou-se a quantidade de tempo que as pessoas têm passado em frente à dispositivos eletrônicos. O computador e o celular se tornaram as ferramentas mais utilizadas para entretenimento, trabalho e estudo.
O uso em excesso desses equipamentos pode causar danos, que vão da saúde ocular ao desenvolvimento da visão de crianças. Algumas óticas até orientam o uso da proteção com filtro de luz azul tanto em lentes de óculos quanto em telas, com objetivo de reduzir efeitos que a iluminação de smartphones, TVs, notebooks e tablets têm. Porém esse filtro acaba aumentando um dos maiores prejuízos causados pelas telas: a perda do sono. “Geralmente elas afetam muito no sono dos usuários, trazendo uma alteração na liberação de um hormônio […] que é a melatonina, que é um dos hormônios responsáveis pelo sono, especialmente à noite”, afirmou o oftalmologista e presidente da Associação Médica de Patrocínio, Dr. Tiago Gasperin.
Segundo uma pesquisa realizada na Universidade de Manchester, o filtro de luz azul, na realidade, pode até piorar a qualidade do sono. “Alguns pequisadores propuseram, os ingleses, uma abordagem do uso dessas telas para entender esse mecanismo. Para isso, eles expuseram ratos à iluminação projetada para ajustar a temperatura da cor com alteração do brilho. E esse estudo mostrou que têm algumas células lá no fundo de olho, esses cones, que são mais sensíveis e mais responsivas ao amarelo do que ao estímulo da melanopsina, a luz azul, no olho. Então na prática, o dispositivo com filtro de luz azul ativado deixou esses ratos testados muito mais alertas e acordados do que sem o filtro”, explicou Gasperin.
Segundo o oftalmologista, a recomendação é reduzir ao máximo o uso das telas, principalmente à noite. “Eu mesmo falo no consultório para evitar o uso dessas telas de smartphones por pelo menos 40 minutos antes de dormir”, afirmou. A orientação do Conselho Brasileiro de Oftalmologia para uso de dispositivos eletrônicos, principalmente para crianças, é de no máximo duas horas ao dia e exposição a um ambiente externo para tomar sol e ficar fora de casa é de pelo menos duas horas por dia e 14 horas por semana.
Texto: Thais Busqueiro/Grupo Difusora
Reportagem: Erasmo Cláudio/Difusora 95
