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Gastrite: o que excluir da dieta ou incluir para evitar crises

07/07/2025 às 17:11

Nutricionista explica como cuidar da alimentação com gastrite e o que não se deve comer para evitar as crises da doença.

Você tem gastrite? Essa inflamação na mucosa do estômago causa sintomas que vão desde desconforto persistente na parte superior do abdômen, queimação, dor na “boca do estômago”, enjoo e perda de apetite, até casos mais graves com vômito com sangue ou fezes escurecidas. E, apesar de ela não ser causada pela alimentação diretamente, isso pode sim influenciar nela.

Isso porque uma alimentação incorreta pode aumentar as chances de crises da gastrite. “Uma dieta desequilibrada não é, por si só, a origem da gastrite, mas pode ser um fator decisivo no agravamento dos sintomas. Por isso, ajustar a refeição é parte essencial do cuidado com o estômago”, afirma Henrique Gouveia, nutricionista e professor do curso de Nutrição da UNINASSAU Olinda.

Quais alimentos evitar

Na lista de alimentos que é melhor evitar a todo custo, o nutricionista destaca o álcool, o café em excesso, bebidas gaseificadas, alimentos picantes, frutas ácidas como laranja e abacaxi, frituras e itens ricos em gordura, como hambúrgueres, bacon e embutidos.

Sobremesas industrializadas, bolos, tortas, chocolates e sorvetes também merecem atenção. Isso porque costumam ter altas concentrações de açúcar e gordura, o que sobrecarrega ainda mais o estômago. Além disso, temperos industrializados como alho e cebola em pó, curry, mostarda e pimentas devem ser evitados, pois podem irritar a mucosa gástrica inflamada.

Quais alimentos incluir na dieta

Por outro lado, o que entra no prato pode ser tão importante quanto o que sai dele. Durante uma crise, a recomendação é adotar uma dieta leve, com alimentos de fácil digestão. É o caso de proteínas magras, frutas menos ácidas, vegetais cozidos e grãos integrais.

Mas o cuidado não deve ser restrito apenas aos momentos de desconforto. “Se a pessoa ainda não segue essas orientações fora das crises, é essencial que comece a mudar seus hábitos alimentares. Isso é fundamental para evitar novas crises e proteger o estômago a longo prazo”, ressalta o nutricionista.

Frutas, vegetais, leguminosas, ovos, azeite de oliva, aves e pequenas quantidades de carne vermelha devem ser incluídos de forma equilibrada no cardápio. “Algumas especiarias naturais, como o gengibre, a cúrcuma, o orégano e o manjericão, podem ser aliadas no alívio dos sintomas, graças às suas propriedades anti-inflamatórias”, destaca o professor.

Outras dicas

Não é apenas o que se deve ou não se deve comer que influencia na saúde digestiva. A forma como as refeições ocorrem também é importante.

Isso porque pequenas porções distribuídas ao longo do dia, sem longos períodos de jejum, ajudam a manter o estômago em equilíbrio. Após comer, é importante evitar deitar-se imediatamente e priorizar refeições caseiras, preparadas com alimentos minimamente processados.

Henrique Gouveia faz ainda um alerta importante sobre o uso de medicamentos: tratar a gastrite apenas com remédios, sem mudar a alimentação, pode comprometer a eficácia do tratamento. Ele explica que, embora o uso de antiácidos, protetores gástricos ou antibióticos seja necessário em muitos casos, especialmente quando há infecção pela bactéria Helicobacter pylori, a recuperação completa depende também da mudança no estilo de vida.

Alimentação adequada evita problemas gástricos

O especialista conta que é preciso tomar muito cuidado com a alimentação. O correto é evitar alimentos de difícil digestão, principalmente à noite. “Deve-se evitar também alimentos muito condimentados, pois, em alguns pacientes, tais alimentos podem estimular o aumento da produção de suco gástrico”, explica Bruno.

Dê preferência a alimentos leves e saudáveis, como: mamão, brócolis, pão integral, batata, ovos, gelatina, iogurte, sucos naturais, água de coco.

Evite frituras, alimentos com alho, doces, limão, queijos gordurosos, fritura, frutas ácidas,pimenta, adoçante, ketchup, mostarda, chocolate, temperos fortes, café, refrigerante e bebidas quentes.

Outra dica essencial é evitar intervalos longos entre uma refeição e outra. “Nos casos de crise de dor, medicamentos à base de hidróxido de alumínio (engov e luftal, por exemplo) costumam aliviar momentaneamente os sintomas”, conta o médico. No entanto, a automedicação sempre é perigosa, pois pode mascarar problemas mais sérios.

Outro erro comum é a automedicação, já que uma gastrite não desaparece de uma hora para outra. “Oriento a sempre procurarem um profissional capacitado quando os sintomas são recorrentes. Dessa forma, ele poderá realizar os exames e fazer o tratamento adequado”, complementa Bruno.

Problemas mais graves

Muitas pessoas acreditam que a gastrite pode levar a problemas bem mais graves, como o câncer gástrico. “Ao contrário do que prega a crença popular, a chance de um paciente com gastrite ou úlcera desenvolver um câncer gástrico é a mesma da população em geral. Portanto, a gastrite não é um ‘fator’ para o desenvolvimento de câncer gástrico”, finaliza o médico. No entanto, todo cuidado é pouco e, ao observar os sintomas de irritação gástrica, procure um médico.

Fonte: Metrópoles Saúde