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Goleiro do Patrocínio/PTC, na Copa Band, conta sua trajetória no futsal e acredita que dará volta por cima
15/07/2016 às 16:30
O goleiro profissional Léo Oliveira, de 32 anos, defendeu o Patrocínio/PTC na Copa Band Triângulo de Futsal. Ele disputou duas partidas, mas a equipe patrocinense acabou eliminada na fase quartas de final.
Com uma carreira consolidada no futsal, com passagens por seleção brasileira e principais clubes do país, Léo Oliveira, concedeu uma entrevista ao Portal Difusora. Ele contou sobre o seu início no futebol de salão e a ansiedade por estar desempregado neste ano. O goleiro ainda traçou planos para o futuro e elogiou bastante o tratamento que recebeu no PTC.
Influência familiar
Meu pai (Claudião) foi goleiro, jogou nas categorias de base do Inter, jogou com Falcão e com todos aqueles craques da década de 70. Depois, foi para os interiores e decidiu parar. Naquela época não tinha internet, não tinha muita comunicação. Ele deu saudade de casa e voltou. Mas mesmo assim ele sempre viveu no esporte. Foi o meu primeiro treinador de goleiro, eu com 4 anos, ele já começava a bater bola comigo dentro de casa. Tirava os sofás da sala e sujava as paredes tudo. A minha mãe ficava doida. Daí que começou. Me levou pra escolinha com 6. Com 8 anos, eu já jogava campeonatos estaduais, em Porto Alegre-RS. Foi ótimo. Meu pai me ajudou muito. Minha mãe me levava nos treinos, era legal pra caramba também. E eu dedico esse início de carreira aos meus pais.
Ano de 2016 parado
Então, para mim, está sendo um ano sabático. Foi inesperado. Eu venho de todos os anos bem empregado com inúmeros títulos. E o ano passado fui campeão paranaense (pelo Guarapuava) e fui contratado pelo Concórdia-SC em novembro ainda. Chegando na semana de apresentação, em fevereiro (2016), me ligaram dizendo que tinha caído o patrocínio da prefeitura e que não tinha mais como ir. Acabei ficando desempregado. Tive propostas para voltar, mas não achei que valia a pena voltar só para jogar campeonato estadual. Porque eu não ia me sentir feliz. E eu tenho que estar feliz jogando. Acabei ficando desmotivado um pouco. Agora eu já estou começando a etapa de preparação para o ano que vem. Já tem sondagens boas. Vou voltar e vou voltar por cima se Deus quiser.
Planos de carreira
Eu pretendo jogar por mais 4, 5 anos. Até os 36, 37. E me dedicar o máximo para isso acontecer. Eu espero isso. Acho que parar é muito difícil. Esse ano eu estou parado, é a pior coisa do mundo para um atleta. A gente tem sangue na veia, a gente precisa tá dentro do esporte. Eu vivo disso desde que me conheço por gente. Não sei ficar parado, não sei ficar sem treino. Eu fiquei tão feliz de vim pra cá (defender o time de Patrocínio na Copa Band Futsal) como se fosse uma final de Liga Nacional.
Cuidados de um atleta de alto nível
Somos preparados a todo momento. Desde o acordar, a gente tem que ter uma concentração já para o treinamento. Não pode sair à noite todo dia. Não pode ficar bebendo que nem um doido. Tem que cuidar do corpo que é o nosso instrumento de trabalho. Nós somos a nossa empresa, então, quem cuida dela é a gente. Nós temos que dedicar ao máximo. Eu vejo que a falta de treinamento hoje, como eu estou parado, é muito diferente. Eu se tivesse treinado todos os dias, aqui, as coisas poderiam ter sido diferentes. Mas eu fico feliz pela minha atuação de hoje (contra Tupaciguara) que foi bem mais próxima do que eu estou acostumado a jogar. Todo atleta tem que se preparar. Os atletas de fim de semana tambêm tem que preparar. Eles jogam finais de semana e às vezes dão uma corridinha no meio de semana. Então, nós como somos profissionais, vivemos disso, sustentamos nossa casa assim, temos que tratar como uma empresa mesmo e ser muito profissional a todo momento.
Estrutura do PTC
O clube é muito bom. Tem muitos times da Liga (Nacional de Futsal) que não têm um ginásio e uma estrutura como essa. Um vestiário limpo, organizado. Um atendimento extra-quadra tão bom da diretoria, que eu achei sensacional. Eles tratam a gente como seres humanos mesmo, como merecedores de um carinho e de um respeito. Gostei muito. Volto assim que eu puder, eu volto assim que eles me chamarem. Fico muito feliz e honrado por eles acreditarem em mim. Acreditar que eu poderia ajudar um pouco mais. Não deu, não deu. Mas eu fico feliz de ter conhecido esse pessoal tão especial aqui em Patrocínio.
Filipe Ferreira
Foto: Gilber Barros (PTC)