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Guia do coronavírus para idosos: como se proteger
13/03/2020 às 17:01
Com o crescente número de brasileiros com o novo coronavírus, o governo e especialistas alertam para o risco maior que a doença representa para idosos e pessoas com problemas crônicos de saúde.
É uma doença que não tem vacina e é mesmo perigosa para esse grupo. Não é para criar pânico, mas sim ter cuidado maior — afirma a geriatra Maísa Kairalla, presidente da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Estudo do Centro de Controle de Doença (CDC) da China mostra que 2,4% dos pacientes morreram em razão da COVID-19. Quando considerados pacientes de 70 a 79 anos, porém, a taxa de letalidade sobe para 8%, e entre os pacientes com mais de 80 anos, 14,8% dos casos resultaram em morte.
Porque os idosos são mais suscetíveis ao coronavírus?
Um motivo importante é a imunossenescência. Trata-se de um processo natural do envelhecimento, que diminui a capacidade do sistema imunológico. Como resultado, aumenta de modo geral a incidência de doenças infectocontagiosas em idosos. Isso vale para o coronavírus, para a gripe e por aí vai.
Quando os idosos apresentam comorbidades (a exemplo de diabetes, cardiopatia e doenças pulmonares como o DPOC), o risco de infecção e complicações sobe ainda mais.
Para esse público mais suscetível, a geriatra ajudou, a criar um guia com recomendações e novos hábitos para evitar a contaminação:
Abandone o lenço de pano
Ele já foi símbolo de elegância, mas não é higiênico. Após um espirro, o vírus pode ficar horas no pano. Caso o lenço vá para o bolso, contaminará as mãos depois. Prefira os de papel descartáveis e cubra nariz e boca com o braço ao tossir ou espirrar.
Cada um com seu copinho
O copinho coletivo do filtro ou da moringa deve ser aposentado. Evite compartilhar outros utensílios, como talheres, pratos ou garrafas. Use menos o ar-condicionado e deixe a casa mais aberta para ventilar naturalmente. Mantenha-se hidratado .
Atenção com as crianças
As crianças podem trazer vírus da rua ou da escola. Por isso, é fundamental que elas estejam sempre vacinadas: é o chamado “efeito rebanho”, ou seja, protege todo mundo. Outro cuidado importante é lembrá-las de lavar bem as mãos ao chegar. E não deixe os idosos ficar muito perto das crianças, porque elas podem carregar o vírus, nos mais novos , o vírus é assintomático, sem sintoma perceptíveis.
Longe das aglomerações
Não é preciso ficar confinado em casa, mas é melhor evitar aglomerações e contato com pessoas doentes. Há muita gente com o vírus influenza agora. Por isso, assim que for liberada, em 23/3, é fundamental tomar a vacina contra a gripe.
Saúde em dia
Faça atividade física, alimente-se bem e beba muita água. Mantenha as visitas ao médico atualizadas para garantir que eventuais doenças, como diabetes, problemas cardíacos ou respiratórios, estejam controlados e não haja anemia ou desidratação.
Fique (bem) informado
Cuidado com as fake news: há muita informação falsa circulando pela internet. Não confie em tudo que chega pelo Whatsapp ou Facebook, mesmo que seja de amigo ou familiar. Informe-se por veículos de comunicação sérios ou com agentes de saúde.
Fonte: Maísa Kairalla, geriatra e presidente da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e Saúde