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José Maria Campos: Na linha do bom senso
14/03/2017 às 14:52
“Quem sabe faz a hora”
Em minhas leituras diárias pelos “alfarrábios” da vida, lembro-me que certa vez, deparei com o seguinte texto, “não há lugar melhor para fazer um país como este, mas o Brasil tem uma classe dominante, ranzinza, azeda, medíocre, cobiçosa, que não deixa o país ir prá frente”. Não recordo o autor, mas ele soube plenamente contextualizar a realidade em que vivemos neste país de meu Deus. Todos esses adjetivos negativos acabaram gerando essa balbúrdia econômica, social e política que estamos vivendo no momento, principalmente, política. É impressionante. A cada momento deparamos com uma informação negativa de políticos corruptos usurpando o erário público, ou seja, o dinheiro dos altos impostos que pagamos em tudo que compramos. E o pior de tudo é alta impunidade que vem exatamente de órgãos que até pouco tempo contavam com total credibilidade do povo.
Voltando a alguns quarteirões do passado, lembramos que já tivemos dias bem melhores, embora, segundo a sociologia, a corrupção nesse país vem desde a sua descoberta, e hoje a coisa está bem mais grave, por que vivemos num paradoxo, pois são justamente as pessoas que elegemos, na esperança de uma melhora, são exatamente aquelas mais nos decepcionam, com falsos compromissos, no afã de apenas conseguirem impunidade e mordomias. Nessa malfadada distribuição de renda nesse país, alguém já ouviu algum político profissional reclamar da alta inflação que engole os menos favorecidos, os trabalhadores, esses que realmente constroem a nação, os incautos. Ninguém nuca ouviu. Os altos salários dessa casta causam uma grande revolta na plebe, cuja maioria vende o almoço para comprar a janta. Já ouvimos muito a expressão “capitalismo selvagem”. É exatamente o que estamos vivendo nos dias hoje.
Em um dos capítulos sobre o capitalismo, termo criado pelo alemão Karl Marx, diz que há certo consenso entre os economistas políticos de que o capitalismo incentiva o crescimento econômico, enquanto aprofunda diferenças significativas de renda e riqueza. Sabemos ser difícil ter um equilíbrio de forças entre o capitalismo e o proletariado, como prega o socialismo, mas se tivéssemos no Brasil políticos e empresários mais honestos e menos gananciosos e políticos menos apegados ao poder, teríamos também menos conflitos sociais, econômicos e políticos. Porém, o que contribui para a situação piore cada dia mais, e a impunidade desses vendilhões da pátria que assolam a terra de santa cruz. Fala-se tanto em uma reforma política, mais só em época de eleição. Esse governo que aí está se diz um governo reformista, mas o que se prenuncia nesse arauto é uma verdadeira retirada dos direitos duramente conseguidos pelos brasileiros menos afortunados, como essa tal de reforma previdenciária e a reforma trabalhista. Nossos congressistas são ambiciosos. Se é para eles, as mordomias e os benefícios, se é para o povo, a sobra. Até quando vamos viver nesse vale de lágrimas, não sabemos. Mas achamos que já tá passando da hora de atender ao chamamento de Geraldo Vandré, aquele compositor que chamou o povo para uma verdadeira revolução na época da ditadura militar, “vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Que assim seja.