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José Maria Campos: Na linha do bom senso

12/01/2017 às 15:59

Liberdade de expressão

Nós que atuamos há mais de cinco décadas no radiojornalismo, temos plena consciência do que representa a liberdade de expressão. É um termo sagrado na verdade na vida de todo cidadão, mas, na nossa profissão é um ritual, sem o qual seriamos uma voz no deserto, sem retorno e credibilidade. Porém, temos que exercer esse ritual com a consciência da verdade expressa de forma tranquila, sem a falsidade de uma ação que possa prejudicar a vida de quem quer que seja.

Falamos assim, por sabemos que a experiência supera muitas coisas, principalmente na função que abraçamos desde a juventude. Na verdade, nós não somos formadores de opinião, com propagam. Nossa opinião quando manifestada, não é nada mais que o pensamento coletivo. Infelizmente, ou o contrário, nossa geração viveu uma das mais frementes ditaduras do século XX, a ditadura militar, os anos de chumbo. Quando ouvimos as reclamações de que estamos vivendo nos dias atuais, uma espécie de pressão de cima para baixo vinda de alguns agentes políticos atuais, em vista da manipulação do erário público, que chamam de corrupção, totalmente condenável, ficou pensando na dificuldade de aceitar essa democracia representativa que finge esquecer o passado. O que precisamos é de uma democracia plena, o que está longe de acontecer.

Nossa missão, a missão do radiojornalismo, como já falamos, é de informar com imparcialidade, checando a notícia, evidenciado os fatos, ouvindo as duas partes, não julgar pelas aparências ou por interesse próprio. Alguém disse que a nossa função é ver a banda passar, e não tocar na banda. Lembramos aqui de quando na malfadada ditadura militar, tivemos nossos direitos individuais retirados, os direitos coletivos, mais ainda.

Se o pragmatismo é uma doutrina filosófica, cuja tese fundamental é que a ideia que temos de um objeto qualquer, nada mais é, senão a soma das ideias de todos os imaginários atribuídos por nós á esse objeto, que passou a ter um efeito prático, então à liberdade é pragmática. Lembramos aqui que o grande filósofo francês, Paul Sartre, disse que, “o homem é escravo da liberdade”, então deve ser esse o conceito que deve prevalecer como prática de vida, em qualquer circunstancia, e não confundido por libertinagem, como muitos andam praticando por ai, em nome do estado democrático de direito.

Para encerrar, a nossa luta, daqueles da nossa geração que aprenderam na velha escola do radiojornalismo, é de continuar evoluindo, mas que, mas que em nome dessa evolução, nunca esqueçamos de que a informação também tem que ser humanizada, dentro da liberdade de expressão.