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Tereza de Benguela, líder quilombola no Brasil

Movimento Negro unificado realiza live em comemoração ao Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha

23/07/2021 às 15:16

No dia 25 de julho é celebrado o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha e, para comemorar a importância da data, o Movimento Negro Unificado (MNU) do Brasil realizará uma live com participação de mulheres negras que atuam na política hoje.

O Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha foi definido em 1992 durante 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, que aconteceu na República Dominicana. O evento tinha como objetivo dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo. No Brasil, a data também homenageia a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta, que ajudou comunidades negras e indígenas na resistência à escravidão no século XVIII.

A live é organizada pelo MNU, que atua há mais de 40 anos na luta anti-racista, no Brasil e será transmitida no Instagram do Coletivo Madá (@coletivmada), às 17h do sábado, dia 24. Participarão do evento virtual a Deputada Federal Andreia de Jesus e a vereadora mais bem votada de Uberlândia, Dandara Tonantzin.

“Vai ser um assunto voltado para o recorte étnico racial das mulheres pretas, pra gente poder divulgar as ações que estão sendo desenvolvidas por essas mulheres e também estão sendo emponderadas através dos inúmeros movimentos, cujo o objetivo é de ir em busca sempre da equidade étnico racial e de gênero. Principalmente para nós mulheres pretas, que estamos na base da pirâmide da sociedade”, afirmou Revalina Silva, coordenadora da CUFA em Patrocínio, membro do MNU e do Coletivo Madá.

Segundo  o “Boletim das Mulheres Negras no Mercado de Trabalho” divulgado pela Faculdade de Campinas (FACAMP), em maio deste ano, feito com análise do 4º trimestre de 2020, a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua do IBGE, as mulheres negras foram a maioria nas categorias de Desocupação, de Subocupação e de Subutilização da força de trabalho, o que reflete a precarização do mercado de trabalho. E a situação desigual da mulher negra se destacou ainda mais quando comparada aos demais grupos, sobretudo o dos homens brancos. As mulheres negras, no Brasil, também representaram a grande maioria das pessoas ocupadas com o trabalho doméstico formal ou informal. E em relação às remunerações, foi observado que o rendimento médio das mulheres negras esteve sempre muito abaixo dos rendimentos dos homens negros, das mulheres brancas e dos homens brancos, mesmo com o aumento do nível de escolaridade ou com o acesso a cargos mais elevados.

Texto: Thais Busqueiro/Grupo Difusora

Reportagem: Nilton César/Difusora 95