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Foto: Reprodução/OcusFocus-iStock

Nomofobia: principais sintomas e tratamentos para o vício em celular

17/01/2020 às 15:36

Você sabe o que é nomofobia? Trata-se do medo irracional de ficar sem o celular. Se você já entrou em pânico ao notar que a bateria do smartphone estava prestes a acabar, passou horas correndo de um lugar para o outro apenas para ter sinal de internet no aparelho ou costuma verificar todas as mensagens recebidas no telefone antes mesmo de levantar da cama, é provável que esteja sofrendo dessa doença. Mas, acredite, você não está sozinho.

No mundo, o tempo médio diário gasto com o uso do celular de duas horas e 51 minutos. Esse valor aumenta quando o recorte é feito para o nosso país – no Brasil, são 5 horas por dia, em média, que passamos conectados ao smartphone, segundo um estudo da empresa Bank My Cell 2019.

Os sintomas mais comuns da nomofobia, as implicações do vício em celular para a saúde do usuário – especialmente entre crianças e adolescente – e algumas formas para tratar a dependência em smartphones e demais dispositivos móveis.

Principais sintomas da nomofobia

•Dificuldade de concentração no trabalho, na escola ou em atividades que exijam atenção contínua.
•Uso do smartphone durante conversas presenciais com amigos e familiares.
•Uso “escondido” do smartphone durante uma situação na qual o aparelho não é permitido.
•FOMO: medo de perder alguma novidade ou informação enquanto está sem o celular.
•Irritação ou ansiedade quando está sem o celular.
•Insônia.

Alguns dos sintomas apresentados acima podem indicar outros tipos de doenças. A dica é avaliar o quadro como um todo, observando a formação de um provável grupo de sintomas, o que pode servir como auxílio para a procura de ajuda médica/psicológica.

O que pode causar o vício em smartphones?

O avanço da tecnologia na última década mudou por completo a relação que tínhamos com celulares. Os aparelhos, antes usados para realizar ligações e trocar SMS, passaram a ocupar a posição central na comunicação e no entretenimento social.

Com isso, alguns fatores se tornaram agravantes para criação de um vício em torno desses dispositivos, alguns dos mais populares são o uso constante das redes sociais, apps de relacionamento e a superexposição a informações e dados por meio de jogos, publicidade online e navegação.

A nomofobia na infância e na adolescência

O impacto do uso de celulares em crianças e adolescentes tem números alarmantes. A pesquisa estima que adolescentes que passam cinco horas por dia usando dispositivos eletrônicos tenham 71% mais chances de cometer suicídio do que os que utilizam o aparelho por apenas uma hora.

Em um movimento de contenção focado em obesidade e sedentarismo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em 2019 uma lista de recomendações para o uso de eletrônicos por crianças de até cinco anos de idade. De acordo com a orientação, esse público não deve passar mais de 60 minutos por dia em atividades passivas diante da TV, smartphone ou computador. Já os bebês com menos de um ano não devem ser expostos a eletrônicos de forma alguma.

Usando a tecnologia em favor da saúde-É importante entender que a tecnologia não é necessariamente uma vilã. A forma como a utilizamos é que precisa ser ajustada. Existem diversos aplicativos com a proposta de ajudar usuários com ansiedade e depressão. Há inclusive uma “espécie de Uber” para procurar tratamento psicológico – a plataforma Zenklub, que funciona como um consultório 100% digital e conta com especialistas psicólogos, terapeutas, coaches e psicanalistas.

A indústria de smartphones e de wearables (smartwatches e smartbands, em especial) também tem pensado em funções para ajudar no combate ao sedentarismo. Um exemplo são os alertas para exercícios presentes em relógios e pulseiras inteligentes, além de funções específicas para o monitoramento de atividades físicas, da qualidade do sono e até da sua frequência cardíaca.

Como tratar a nomofobia? Dicas para diminuir e evitar o vício em celulares

O acomponhamento de um quadro de nomofobia já diagnosticado deve ser acompanhado por um médico ou um psicólogo. No entanto, há tarefas simples que podem ser feitas hoje mesmo para diminuir a dependência em smartphones.

•Estabeleça horas certas para uso prolongado.
•Desligue o celular antes de deitar para dormir.
•Não utilize o smartphone enquanto conversa com amigos/familiares presencialmente.
•Durante viagens, estipule um horário fixo e, de preferência, com curta duração, para atualizar as redes sociais e ficar por dentro das novidades.
Mantenha contas separadas para sua vida pessoal e profissional em redes sociais e mensageiros.
•Pratique atividades externas, como esportes, danças ou mesmo saídas para ir ao shopping ou parques.
•Em momentos de tédio, evite usar o smartphone para distração. Procure outras formas de entretenimento, como praticar um instrumento musical, escrever ou desenhar.

E o que tem acontecido é que falta comunicação presencial entre as pessoas.

Hoje em dia, as crianças e os adolescentes não sabem brincar. O que sabem é jogar vídeo games, estar nas redes sociais. Não se interagem.

Por Kátia Beatriz