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Outubro prateado incentiva melhoria da qualidade de vida entre idosos
03/11/2025 às 17:23
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que entre os anos de 2000 a 2023, a quantidade de idosos aumentou de 15,233 milhões de pessoas. Segundo a projeção do IBGE, em 2070 o Brasil pode ter 75 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
Para estimular a população a chegar à terceira idade com mais qualidade de vida, estados do Brasil aderiram à campanha “Outubro Prateado”. Durante este mês,foram adotados incentivos para conscientizar a população idosa e adulta sobre a importância da qualidade de vida, com hábitos que promovam o bem-estar físico, mental e social.
A geriatra Polianna Souza explica que um dos pilares para envelhecer com bem-estar é investir na saúde, com exercícios físicos e uma boa alimentação.
“A prática da atividade física, associada a uma alimentação balanceada com menos alimentos industrializados e mais alimentos naturais, como verduras, legumes e frutas, previne diversas doenças, incluindo doenças cardiovasculares, demência e alguns tipos de câncer. Além disso, esses hábitos promovem a nossa independência, permitindo que mantenhamos autonomia durante o nosso processo de envelhecimento.”
A moradora do Jardim Botânico, Distrito Federal, Analucilia Duarte, de 60 anos, diz manter uma rotina de cuidados com a alimentação, além de praticar semanalmente pilates e participar de uma mentoria online.
“Eu tenho uma rotina diária normal e tranquila de exercícios físicos. Durante a semana, eu faço pilates e caminhadas, não bebo, e percebo que isso traz bem-estar para todo o meu corpo. Sou muito saudável, não tenho nenhum problema de saúde. Fiz 60 anos este ano e me sinto muito bem.”
Especialistas em envelhecimento também alertam para a necessidade de se manter ativo mentalmente e de prevenir o declínio cognitivo por meio de leituras, jogos de raciocínio ou novos aprendizados.
É preciso que comecemos a agir de forma efetiva em favor da nossa população idosa. Que as pessoas idosas, além de respeito, possam ter dignidade e qualidade de vida. A velhice é mais uma etapa de nossas vidas e que ela possa ser plena de amor, de garantias e de cuidados.
Quais são as 4 fases do envelhecimento?
Vista geral de IA
As quatro fases do envelhecimento podem ser definidas como pré-senescência (45-59 anos), senescência inicial (60-74 anos), senescência tardia (75-90 anos) e longevidade (a partir de 90 anos), que representam mudanças graduais no corpo e na cognição. Outras classificações dividem o processo de maneiras diferentes, como por tipo (cronológico, biológico, funcional e social) ou por estágios de maturidade.
Fases do envelhecimento (por idade)
Pré-senescência (45-59 anos): É o início das alterações, com mudanças físicas e cognitivas discretas. É uma fase crucial para consolidar hábitos saudáveis para prevenir problemas futuros.
Senescência inicial (60-74 anos): Os declínios físicos e cognitivos tornam-se mais perceptíveis, e o risco de doenças crônicas aumenta.
Senescência tardia (75-90 anos): A autonomia tende a diminuir, exigindo mais suporte familiar ou profissional. Ajustes no ambiente e manutenção dos vínculos sociais são importantes para a saúde mental.
Longevidade (a partir de 90 anos): O foco é preservar a qualidade de vida dentro das limitações. Um cuidado integrado, com acompanhamento multidisciplinar, é fundamental.
Entre as prioridades dessa agenda, destaca-se a prevenção de quedas, um dos maiores riscos à saúde e autonomia das pessoas idosas. Estudos nacionais indicam que cerca de 30% das pessoas com 65 anos ou mais caem pelo menos uma vez por ano, e essa taxa chega a 50% entre os maiores de 80 anos. A maioria das quedas ocorre dentro de casa, e muitas resultam em hospitalizações, fraturas e perda de independência. A prevenção requer revisão de medicamentos, correção de problemas visuais e auditivos, exercícios de equilíbrio e força, avaliação do ambiente domiciliar e, quando necessário, suplementação de vitamina D.
Outro pilar essencial é a vacinação ao longo da vida. O calendário nacional de 2025 inclui vacinas contra hepatite B, tétano, difteria, coqueluche, influenza, febre amarela (em casos específicos) e pneumocócicas, conforme indicação clínica. A campanha nacional de 2025 enfatiza a importância de ampliar as coberturas vacinais, que ainda estão abaixo do ideal.
A atenção à pessoa idosa deve ser integrada e centrada na pessoa, com planos individualizados, manejo de doenças crônicas, cuidado com saúde mental, cognição e reabilitação, além de suporte aos cuidadores e coordenação entre os diferentes níveis de atenção. Esse modelo, recomendado pela OMS e pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (Portaria GM/MS nº 2.528/2006), busca assegurar autonomia e independência, objetivos fundamentais do cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS).
O Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003) garante prioridade e proteção integral, com a obrigação compartilhada entre família, sociedade e Estado. No entanto, é necessário ir além da letra da lei e combater ativamente o idadismo, forma de discriminação que marginaliza os idosos e limita seu acesso a oportunidades, serviços e respeito.
O Outubro Prata também deve chamar atenção para a violência contra idosos, que inclui negligência, abusos físicos, psicológicos, financeiros e institucionais. Cabe aos profissionais de saúde notificar e encaminhar os casos, fortalecendo redes de proteção e políticas públicas.
Fonte:CRM-MA, Agência Brasil e Correio Braziliense
