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Foto: Ilustrativa
Por que a música pode aliviar tensões e ajudar nas doenças?
22/02/2023 às 08:52
A heterogeneidade de estilos musicais vem crescendo significativamente. Sem dúvida, existem pessoas mais conservadoras, que valorizam e admiram estilos musicais mais tradicionais, mas também tem aquelas que preferem saborear músicas de estilos alternativos e eletrônicos.
Não se discute isso em si, uma vez que cada um logicamente tem direito pleno de escolher e apreciar o estilo musical que melhor lhe agradar. No entanto, existem fortes evidências mostrando que nossa capacidade individual de reagir, tanto no âmbito comportamental como no âmbito fisiológico, a diferentes estilos musicais é revestida de muita imprevisibilidade.
Algumas pessoas podem ser quase inertes a qualquer variedade musical, sem apresentar reações físicas ou mesmo sintomas cardiovasculares. Outras pessoas poderão esboçar reações extremamente intensas, carregadas de muita emoção e sintomas cardiovasculares muito marcantes. De forma geral, as emoções evocadas por uma música podem influenciar os níveis da pressão arterial, da frequência respiratória, do trabalho cardíaco, da frequência cardíaca e das variações da frequência cardíaca.
Aquelas músicas que remetem a um estado de espírito mais motivador geralmente promovem sensação de bem-estar, variações da pressão arterial e das frequências cardíaca e respiratória que pouco incomodam ou geram desconforto. Por outro lado, basta estarmos diante de uma música que nos impacta causando depressão, tristeza e angústia, que já começamos a apresentar sintomas como sudorese, picos de pressão arterial e palpitações. Os efeitos dos estilos musicais sobre nossa função cardiovascular, vamos considerar dois padrões de musicalidade: estimulante ou tranqüilizante .
Frequências cardíaca e respiratória: A música estimulante correlaciona-se com aumento significativo dos batimentos cardíacos e movimentos respiratórios, muitas vezes ultrapassando 100 batimentos por minuto. A música tranquilizante exerce um poder consideravelmente calmante e, muito raramente, ocorrerão variações significativas dos batimentos e incursões respiratórias. Interessante ressaltar que alguns estudos destacam o efeito balanceador de se intercalar ambos estilos musicais, sendo que um estilo acaba atenuando ou intensificando as repercussões cardiovasculares produzidas pelo outro.
2) Trabalho cardíaco Algumas funções como a contração do músculo cardíaco, o movimento das válvulas e o fluxo sanguíneo no interior das artérias coronárias (aquelas que são responsáveis pela irrigação e nutrição do músculo cardíaco) . Não existem ainda evidências consistentes quanto a influência dos estilos musicais nessas funções específicas. Muitos estudos continuam buscando essa elucidação, pois isso poderia ser muito efetivo na escolha de uma terapia para otimizar o trabalho cardíaco.
3) Doença cardíaca estabelecida
Naquelas pessoas que estão vivenciando doenças do coração, como infarto, arritmias, tromboses e problemas estruturais de válvulas, a ansiedade é um componente inevitável. Como esse quadro de ansiedade consiste em um desequilíbrio hormonal e liberação profusa de adrenalina, os sintomas cardiovasculares tendem a acentuar e, para este contexto, o efeito de um estilo musical mais tranquilizante indubitavelmente será mais benéfico, principalmente na fase de reabilitação.
4) Depressão :Existe uma forte e multifacetada correlação entre depressão e as doenças cardiovasculares. Os quadros depressivos podem tanto desencadear diferentes doenças cardiovasculares, como também podem se originar ao longo do curso destas mesmas patologias. Algumas evidências revelam que o estilo musical tranquilizante pode ter pouca eficácia no tratamento da depressão isolada; no entanto, nos casos de doença cardiovascular associada à depressão, esse estilo musical poderá ser mais produtivo e benéfico.
5) Doença cerebrovascular e demência :Entre tantos fatores que corroboram para evolução desfavorável das doenças cerebrovasculares e demência, está o ambiente inflamatório existente no cérebro. Sendo assim, existem evidências a favor do emprego de músicas tranquilizantes como forma de reduzir essa liberação profusa de substâncias inflamatórias. Não podemos fechar os olhos para a percepção de que a música é um importante gatilho tanto para acentuação de sintomas cardiovasculares como também para atenuação dos mesmos.
O mecanismo de ação de um estilo musical, em relação a nossas respostas comportamentais e fisiológicas, consiste em sua influência sobre as nossas emoções, principalmente sobre ansiedade. Embora a preferência por um estilo musical seja algo muito pessoal, podemos utilizar as músicas mais tranquilizantes como aliadas no controle de nossas funções cardiovasculares.
Fonte: Viva Bem UOL.
