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Quanto tempo o coronavírus pode sobreviver em superfícies?
18/03/2020 às 15:38
Ainda não é possível afirmar quanto tempo o novo coronavírus sobrevive na superfície ou no ar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas pesquisadores afirmam que ele parece se comportar igual aos outros tipos de coronavírus.
Estudos avaliados pela OMS apontam que o vírus pode persistir nas superfícies por algumas horas ou, até mesmo, vários dias. Isto pode variar e depende das condições do local, do clima e da umidade do ambiente.
As pessoas podem pegar o Covid-19 de outras pessoas que têm o vírus. A doença pode se espalhar de pessoa para pessoa através de pequenas gotículas do nariz ou da boca que se espalham quando uma pessoa com a doença tosse ou exala.
Essas gotículas pousam em objetos e superfícies ao redor da pessoa. Outras pessoas pegam o Covid-19 tocando esses objetos ou superfícies e depois tocando nos olhos, nariz ou boca.
A recomendação da OMS é de que, caso você desconfie que uma superfície está contaminada, limpe-a com um desinfetante e evite tocar nos olhos, na boca ou no nariz. Após isso, higienize as mãos com álcool ou lave-as com água e sabão.
No ar
As pessoas também podem pegar o novo coronavírus se respirarem gotículas de uma pessoa com Covid-19 que tosse ou exala gotículas. É por isso que é importante ficar a mais de 1 metro (3 pés) de uma pessoa doente. A OMS está avaliando pesquisas em andamento sobre a maneira como o novo coronavírus é disseminado. Estudos até o momento sugerem que o vírus que causa o Covid-19 é transmitido principalmente pelo contato com gotículas respiratórias, e não pelo ar.
Não se sabe muito sobre o atual coronavírus, então os pesquisadores estão utilizando parentes semelhantes, como o SARS e MERS, para obter respostas. Revendo a literatura sobre todos os vírus, os pesquisadores descobriram que os patógenos humanos podem persistir nas superfícies à temperatura ambiente por até nove dias. Entre os vírus da família coronavírus, os pesquisadores dizem que, em média, podem sobreviver entre quatro e cinco dias em materiais como alumínio, madeira, papel, plástico e vidro. Alguns coronavírus veterinários podem sobreviver mais de 28 dias.
A baixa temperatura e a alta umidade do ar aumentam ainda mais a vida útil”, afirmou o médico Günter Kampf, do Hospital Universitário Greifswald. Para reduzir a disseminação dos coronavírus em geral, os autores do novo estudo sugerem que os hospitais desinfetem cuidadosamente as superfícies com várias soluções de hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio ou etanol. As pesquisas mostram que essas recomendações eram “muito eficazes” contra SARS e a MERS.
“Diferentes coronavírus foram analisados e os resultados foram todos semelhantes”, afirmou o virologista Eike Steinmann. Nenhum dos vírus, no entanto, era o atual COVID-19. A equipe indicou que não possui dados sobre se as mães podem ser contaminadas ao encostar em pacientes ou superfícies infectadas.
Enquanto o MERS não se transfere tão facilmente de pessoa para pessoa quanto outros coronavírus, a SARS se espalha de maneira bastante eficiente sempre que alguém infectado espirra ou tosse. Tocar o muco em uma superfície mesmo após dias da exposição também pode contaminar.
“Nos hospitais, podem ser maçanetas, botões, mesas de cabeceira e outros objetos nas proximidades diretas dos pacientes, que geralmente são de metal ou plástico”, explicou Kampf. Portanto, lavar as mãos com frequência e desinfetar áreas públicas é uma medida importante para se tomar e evitar uma infecção.
A conclusão foi de que coronavírus humanos no geral podem sobreviver em superfícies por até 9 dias, e que a desinfecção com 0.1% de hipoclorito de sódio ou com etanóis (álcool) de 62 a 71% reduz a infecciosidade destes vírus em superfícies dentro de um minuto. Um efeito similar é esperado contra o SARS-CoV-2.
Independente do tempo pelo qual o novo coronavírus consiga permanecer vivo em superfícies, porém, a orientação das autoridades em saúde segue sendo a de higienizar constantemente as mãos com água e sabão ou produtos à base de álcool, cobrir o rosto com o braço ao espirrar ou tossir (para não transferir vírus para objetos com as mãos) e também higienizar o celular para prevenir o COVID-19.
De acordo com o estudo, porém, esse tempo varia de acordo com o material em que o vírus está e a temperatura tanto da superfície quanto do local. O vírus causador da MERS (outra doença provocada por um coronavírus), por exemplo, vive até dois dias em uma superfície de aço ou plástico que esteja a 20°C, mas esse tempo cai para um intervalo de 8 a 24 horas se ela estiver a 30°C.
Já em registros relacionados ao vírus causador da SARS, é possível perceber que, em geral, ele vive mais tempo. Tanto em superfícies de metal quanto madeira, vidro, plástico e até papel, ele é capaz de permanecer vivo durante um período de quatro a cinco dias em temperatura ambiente.
Além do tempo de vida de outros coronavírus, a pesquisa também compilou a forma como eles reagem a diferentes “ativos biocidas” (como fluidos à base de etanol, formaldeído, hipoclorito de sódio, entre outros), demonstrando que as substâncias foram efetivas na inativação (“morte”) dos micro-organismos.
Fonte: Olhar Digital, G1 Bem Estar e Vix