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Tomar multivitamínicos  todo dia pode encurtar a vida? Entenda estudo

18/06/2025 às 17:21

Estudo impactante revela os perigos e a ineficácia dos multivitamínicos para viver mais.

Tomar aquele comprimido diário de vitaminas pode não ser tão benéfico quanto você pensa. Uma pesquisa americana recente sugere que o hábito não deixa de aumentar a longevidade, mas pode até elevar o risco de morte precoce.

O estudo, publicado na renomada Jama Network, analisou quase 400 mil adultos ao longo de mais de 20 anos, trazendo resultados que questionam o mercado bilionário desses suplementos.

Usuários de multivitamínicos apresentaram uma mortalidade ligeiramente maior nos primeiros anos de acompanhamento, lançando um alerta sobre seu uso indiscriminado.

Como o estudo foi feito

A pesquisa foi conduzida por especialistas do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. Eles analisaram dados de três grandes estudos que começaram na década de 1990 com um vasto número de participantes saudáveis.

O principal objetivo dos pesquisadores era determinar se o consumo regular de multivitamínicos poderia diminuir o risco de morte. O monitoramento detalhado durou mais de duas décadas para gerar resultados sólidos e confiáveis.

Resultados surpreendentes

Ao contrário do que muitos imaginam, o estudo concluiu que tomar multivitamínicos diariamente não oferece benefícios para prolongar a vida. Os dados mostraram até mesmo um leve aumento na taxa de mortalidade entre quem usava os suplementos regularmente.

Segundo os autores do estudo, “O uso para melhorar a longevidade não é apoiado”. Essa conclusão desafia a percepção popular sobre os efeitos desses suplementos na saúde e na expectativa de vida.

Riscos escondidos nos suplementos

Além de não ajudarem na longevidade, os multivitamínicos podem apresentar riscos. Nutrientes em excesso, como o ferro, são associados a maiores riscos de desenvolver diabetes e até mesmo demência, um perigo pouco conhecido.

Outro exemplo citado é o betacaroteno em forma de suplemento. Ele foi ligado a um aumento nas chances de câncer de pulmão em alguns casos. Em contraste, obter nutrientes diretamente dos alimentos oferece uma proteção natural e segura ao corpo.

Quando as vitaminas são realmente úteis

As vitaminas são cruciais em situações específicas e pontuais. O Dr. Neal Barnard, coautor do estudo, explica que a vitamina C foi essencial para evitar o escorbuto em marinheiros e o zinco ajuda a retardar a degeneração macular em certos pacientes.

Suplementos são válidos para pessoas com deficiências comprovadas, como veganos que precisam de B12 ou quem vive em locais com pouca exposição solar e necessita de vitamina D. Contudo, eles não substituem uma dieta equilibrada e variada no dia a dia.

A melhor vitamina vem do alimento

“Comam alimentos saudáveis”, recomenda o Dr. Barnard como a principal estratégia para uma vida longa e sadia. Frutas, verduras, grãos e legumes são fontes ricas de nutrientes essenciais, fibras e antioxidantes poderosos.

Esses alimentos entregam o que o corpo precisa sem os riscos de sobrecarga ou efeitos colaterais associados a altas doses de suplementos isolados. Barnard completa: “Suplementos prometem demais e entregam de menos”, reforçando o valor da alimentação natural.

A chave para viver bem e por mais tempo está na variedade e na moderação do que colocamos no prato diariamente. Priorizar uma dieta rica e colorida é mais eficaz do que depender de comprimidos para obter os nutrientes necessários para a saúde.

Fonte: Agência Hora