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Trocar refeição por lanche traz alívio para o bolso, mas prejuízo para a saúde

13/01/2023 às 16:08

O brasileiro tem trocado as refeições por lanches, e um dos fatores que ajudam a explicar essa mudança é a alta no preço dos alimentos.

Outro motivo que explica o brasileiro trocar a refeição pelo lanche é a praticidade.

“O brasileiro busca cada vez mais a praticidade no tipo de alimentação dele. Então, a gente começa a enxergar cada vez mais a presença de sanduíches, principalmente nas ocasiões onde eram fortes as refeições tradicionais”, analisa.

Você alia a praticidade ao gosto das pessoas, mas o custo é bem mais acessível do que as refeições tradicionais”, acrescenta.

O estudo mostrou ainda que as famílias brasileiras reduziram os gastos fora de casa neste ano, priorizando o consumo dentro do lar.
Isso ocorre, por causa da inflação.

Prejuízo à saúde

Se a troca das refeições por lanche dá um alívio para o bolso do consumidor, a conta pode sair bem cara para a saúde. A nutricionista Ana Carolina Duarte, pós-graduada em nutrição clínica e mestre em ciências dos alimentos, afirma que ficou impressionada e preocupada com o resultado da pesquisa.

Professora dos cursos de Nutrição e Enfermagem das Faculdades Kennedy, ela destaca que essa troca pode trazer várias consequências, como aumento do sobrepeso e da obesidade em uma população que já tem esses problemas como caso de saúde pública.

“Toda vez que você abre mão da combinação arroz, feijão, salada e carne no almoço pelo lanche, você tende a ter pouca saciedade. A fome vem depois mais rapidamente. O efeito rebote vai acontecer justamente à noite, horário em que o consumo de calorias deve ser menor, pois gastamos menos energia”, explica a profissional.

Além do ganho de peso, é clara a carência nutricional nessa prática, ressalta Ana Duarte. Faltam ferro, fibras, vitaminas e minerais essenciais para o funcionamento do corpo.

“Estamos caminhando para um perfil americano de alimentação, o que desenha um futuro muito ruim, com sobrecarga nos serviços de saúde”, avalia a nutricionista.

A obesidade é fator de risco para diabetes, pressão alta, colesterol e triglicérides aumentados. “É preciso resgatar a comida de verdade, nutritiva. De vez em quando fazer essa troca, o organismo dá conta, mas fazer disso uma prática frequente, só vai gerar prejuízos”, alerta a especialista.

Fonte: Saúde, Hoje Em Dia.